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22.2 hrs on record
Final Fantasy II
8.7/10

A evolução do primeiro ao segundo é gritante! Mas na mesma medida em que algumas coisas evoluem, outras permanecem as mesmas, e aí cabe crítica. Pra começar a principal mudança foi no sistema de combate, alterando a maneira como o jogador é capaz de evoluir suas habilidades em armas e magias e como é possível fazer as builds. Nenhum personagem já vem com uma classe definida, mas eles vêm com inclinações. Por exemplo: Maria possui mais inteligência que os demais, Guy possui mais força e vigor, Firion possui ali atributos mais voltados para o combate e o dano, isso faz com que cada um desses três evolua para cada um desses aspectos, com Maria pendendo para uma build mágica, Guy para uma build de tanque e Firion para uma build de guerreiro, mas é possível misturar esses aspectos e fazer builds boas e funcionais de qualquer jeito. Meu Guy, por exemplo, tinha todos os feitiços de magia branca, cumprindo o papel de um paladino: ele aguentava muito dano e também curava os aliados, reduzia o dano de magia, aplicava buffs etc. Firion ocupou o posto de guerreiro, pegando boas armas brancas e tendo prioridade nas armaduras, enquanto a Maria foi uma "shadowblade", usando magia negra e adagas/arcos, em geral, eu gostei bastante do sistema de combate, o esquema de evolução é bem bacana, mas pode, e provavelmente ficará maçante para quem não gosta de grind, e a partir do décimo nível, acredito que fica bem repetitivo, mas existem configurações dentro do jogo, acessíveis através das configurações, para multiplicar o XP recebido pelos combates.

A história também é muito interessante. Os desenvolvedores criaram uma lore mais aprofundada pro universo dessa vez, ao contrário do simplismo do primeiro. Tudo se inicia com o ataque de Palamecia nos reinos adjacentes, com o Imperador Mateus usando o poder dos demônios para subjugar os outros governos e destruir suas cidades. Nisso, quatro irmãos de Fynn viram órfãos, perdendo sua família e tentando fugir da cidade, só para serem detidos pelos cavaleiros do Imperador em sua rota e separados, com os três — Firion, Maria e Guy — sendo levados até Altair e Leon — o quarto irmão — desaparecendo. Nisso, os protagonistas se juntam a Rebelião da Rosa Selvagem, iniciando uma batalha e uma revolta contra o império palameciano e buscando não só vingança contra o Imperador, mas também buscando seu irmão perdido. Depois disso somos apresentados a personagens muito interessantes para o começo da saga: Minwu, Josef, Gordon, Leila e Ricard Highwind, o primeiro cavaleiro-dragão dos jogos. É aqui, também, que aparece o primeiro chocobo.

A razão pela qual esse jogo não recebe um nove é justamente pelos erros que ele repete do primeiro jogo: áreas excessivamente grandes para forçar confrontos, batalhas sem muito propósito... o design dos mapas melhorou de maneira evidente, mas as lutas ainda não fazem muito sentido e parecem forçadas.

A minha experiência aqui com a batalha final foi completamente diferente. Eu lidei com o último inimigo com três meros ataques usando uma build correta com o Firion, as armas certas e usando os feitiços certos também. Acredito que cada jogador terá uma experiência diferente nesse aspecto, até porque esse jogo dá muito mais liberdade que o primeiro nesse mérito. É uma sequência sólida para a antologia Final Fantasy, e pelo menos no aspecto de história, me mostrou que o jogo aparentemente está seguindo uma boa direção. Recomendadíssimo.
Posted 13 May.
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23.0 hrs on record (19.2 hrs at review time)
Final Fantasy
8.5/10

Sendo minha primeira experiência genuína com um JRPG, Final Fantasy não deixou a desejar. Primeiro de seu nome, dizem que ele foi lançado e nomeado como Final Fantasy porque   época a Square, desenvolvedora do jogo, estava   beira da falência e acreditava que este seria o seu último jogo, portanto, a Fantasia Final. Acontece que o jogo deu certo, e a empresa sobreviveu para lançar muito mais jogos não só dessa franquia, mas também de desenvolver e publicar várias outras.

Final Fantasy é um jogo cativante e interessante, a história é simples, mas o universo foi arado e cultivado ali com boas sementes que deram frutos que são visíveis ao longo das próximas iterações da saga, as quais planejo jogar de cabo a rabo, assim como fiz com esse aqui. A música do jogo é fenomenal, o estilo do jogo é muito bonito, o Pixel Remaster não pecou pela ausência nesse aspecto; os combates são moderadamente divertidos, mas a diversidade dos inimigos é algo que é essencialmente prejudicado pelo que eu acredito que tenha sido uma falta de tempo.

A história fala, com spoilers aqui no texto, sobre a jornada dos Guerreiros da Luz, quatro escolhidos que chegam na cidade de Cornélia com quatro Cristrais de grande importância dentro da narrativa... cada um desses cristais comporta o poder de um dos quatro elementos, que agora está apagado, tomado por um Demônio. Lich, Merelith, Kraken e Tiamat são os inimigos dos protagonistas nessa jornada, que começam sua aventura derrubando Garland, o antigo melhor cavaleiro de Cornélia, que roubou a princesa Sarah para si mesmo e fugiu com ela para o Templo do Caos, uma localidade que será explorada posteriormente. Toda a aventura se passa ao redor de três grandes continentes, além de girar em torno do objetivo central de eliminar os quatro Demônios e salvar o mundo da escuridão que o assola.

Simples, direto, o bastante para manter os jogadores sentados na frente do computador se aventurando pelo universo criado. Não darei detalhes, mas o jogador atravessará tocas de dragão, vulcões e até mesmo áreas submersas. Vá e veja por conta própria.

Os defeitos do jogo são dois em minha visão:

A primeira é o design dos mapas. Claro, as limitações das fases impediam que os desenvolvedores pudessem ser muito criativos, mas há ali um espaço demasiadamente grande, desnecessário, até, e que faz o jogador passar por vários encontros desnecessários, o que pode acabar prejudicando a experiência ao recheá-la de combates inúteis e que vão tirando mais e mais recursos vitais do jogador.

A segunda é a batalha final. Não comentarei muito sobre, apenas compreenda que ela é excessivamente difícil (especialmente para mim, que cheguei lá no nível trinta e sete e tive dificuldades, mesmo usando estratégias), por mais que tenha maneiras mais eficientes de lidar com o chefe final e liquidá-lo. É um bom jogo, um jogo com alma, que pode ser platinado em menos de vinte e horas e é uma experiência que dá o pontapé em uma aventura grandiosa em uma das maiores antologias do mundo.
Posted 10 May.
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0.6 hrs on record
Bruno é uma pessoa incrível.

Ele que me mandou esse jogo, e tenho certeza que ele teve a melhor das intenções me mandando esse jogo e me pedindo para platiná-lo, o que eu fiz prontamente, já que tenho muito apreço por esse AMIGO em questão. Desde que eu o conheci ele mudou minha vida para MELHOR em TODOS os ASPECTOS, e eu me sinto mais FELIZ, tendo-o como uma das pessoas de estima e que eu considero parte do meu CÍRCULO PESSOAL de AMIGOS.

Ele é uma pessoa ENGENHOSA, DIVERTIDA, com um ótimo SENSO DE HUMOR e que diverte TODO MUNDO em TODOS os AMBIENTES que ele faz parte. É até engraçado, eu fico triste pelas pessoas que não conhecem o Bruno, já que deveriam conhecê-lo para complementarem suas vidas infelizes e desprovidas da alma mais brilhante, bonita e cuidadosa do mundo.
Posted 10 February.
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373.0 hrs on record (156.3 hrs at review time)
Acho que joguei por tempo o bastante pra poder opinar e recomendar o jogo. É extremamente divertido, com ou sem amigos, intuitivo, o jogo é bem balanceado, ao meu ver, claro, a NetEase tem escutado seus jogadores e a comunidade tá cada vez mais ansiosa com o jogo, o que é um ótimo sinal e significa que ele tem um longo caminho pela frente. Já me aventurei no competitivo e me diverti, me diverti nas partidas casuais e pude aproveitar outros modos, mesmo que bem menos, se comparados aos principais.

Ao contrário do, caham, LIXO, da Blizzard, vulgo Overwatch, a desenvolvedora coloca um esforço prático e constante no jogo, acomodando atualizações, ajustes, lançando skins novas, lançando um passe que é realmente bom de se completar ao contrário daquela atrocidade que o Overwatch 2 tentou enfiar. Sem promessas falsas de PvE, sem enganar o consumir com firulas desnecessárias, apenas um Hero Shooter 6x6 de ação constante e sem builds como no Paladins, por exemplo.

Agora, devo alertar todos os interessados: o jogo é pesado. Não se roda ele bem com uma máquina qualquer, é necessário ter um hardware decente e ainda assim executar algumas customizações dentro do jogo pra ter o melhor framerate possível. Existem dezenas de soluções na internet, desde o Potato Mode que ficou famoso no Nexus quanto a config que fica no GitHub, e eu aconselho todos os novos jogadores a mexerem no sistema pra encontrar a configuração mais confortável. Outra coisa importante é que o jogo recebeu MUITOS veteranos de Overwatch, muita gente que era high elo lá começou a jogar aqui, streamers inclusive, e eu acho difícil que eles partam tão cedo do jogo.

O jogo tem um Discord e uma equipe de developers supertransparente, tem quem se sinta contrariado pela empresa ser chinesa e por eles colocarem alguns filtros e terem algumas predileções dentro do jogo mas, pra quem se importa somente com o jogo e veio pra se divertir, pode ir sem medo que Marvel Rivals é uma das melhores, senão a melhor experiência competitiva que eu tive em um booooom tempo. Se você quiser começar a jogar, e eu recomendo que você faça isso, faça isso agora; a season um vai começar em breve, no momento em que escrevo isso (09/01/2025) e ela promete horrores. Vão colocar o Quarteto Fantástico e colocar um novo modo de performance que eu espero que melhore a experiência dos jogadores de PC mais fraco.

Jogo recomendadíssimo e muito divertido. Milhões de vezes melhor que Overwatch, apesar de ser mais pesado e não muito amistoso com hardware de geração passada. A comunidade é boa, a relação desenvolvedor-player também é, então, nesse exato e preciso momento, o jogo merece um SIM.
Posted 8 January.
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0.9 hrs on record
Dread it. Run from it. Steam arrives all the same.
Posted 29 November, 2024.
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30.2 hrs on record (18.4 hrs at review time)
Resident Evil: 0
7.5/10

Não sei o que dizer sobre esse jogo. Tenho coisas boas a dizer, mas pra uma primeira experiência com Resident Evil — dos clássicos, pelo menos — foi factualmente uma viagem e tanto. Resident Evil: 0 é, em tese, cronologicamente, o primeiro jogo da saga, posso estar enganado, mas acho que não. Ele se passa um dia e algumas horas antes do primeiro jogo, acompanhando o início da história de Rebecca Chambers e Billy Coen, um veterano da marinha que foi mandado para uma missão na África, buscando intervir em um conflito armado, mas descobriu que as coisas não eram bem assim.

Bom, pra começar, eu ouvi dizer que esse jogo é bem mais difícil que qualquer outro dos clássicos, e apesar de não ter jogado os próximos ainda, posso atestar que o jogo é, de fato, difícil. Temos que controlar dois personagens, cada um com seis slots no inventário e atributos diferentes, já que o Billy aguenta mais dano e a Rebecca, menos. Ambos se encontram no trem e a partir daí somos introduzidos mais diretamente ao enredo e a dinâmica principal do jogo: o que ocorre na Ecliptic Express é um ataque de sanguessugas modificadas com o T-Vírus que estavam sendo controladas por um antagonista misterioso, que as comandava cantando ópera. É...

Eu achei o enredo bem interessante, os personagens são bem feitos e escritos e a Rebecca Chambers, apesar de sua inexperiência, não é uma garota indefesa que precisa ser auxiliada pelo Billy no jogo inteiro; eu também achei de bom tom eles não terem apostado em um romance barato entre os dois, já que eles não ficam juntos, até onde eu sei, e não tem nenhuma cena de flerte entre ambos ao longo da jogatina, mas talvez eu tenha perdido uma interação ou outra. Fica claro que os dois têm uma química, que poderia haver algo ali, mas o jogo não estimula isso.

O jogo tem safe rooms onde podemos salvar o jogo nas máquinas de escrever, mas ele não tem os baús universais em que podemos guardar nossas armas, o que torna a gameplay regada de backtracking, já que isso obriga o jogador a retornar para certos estágios e mapas para recuperar itens que possa ter deixado para trás. Um deles é a infame hookshot, que ficou fácil de entender o porquê de não gostarem depois das primeiras horas de jogo.

Os inimigos nesse game são simplesmente insuportáveis, e o estilo de mira não ajuda em NADA. Eu comecei jogando pelo Resident Evil 4, no PlayStation dois, muitos anos atrás, e aí a minha primeira experiência no computador foi no Resident Evil 5, na campanha do Chris. Pessoalmente? Não consigo gostar desse sistema de mira automática e estacionária, mesmo que o quatro impeça que o Leon se mova, ainda é mais prático do que o que temos aqui. Por outro lado, eu acho os cenários absolutamente lindos, o trem é perfeito em cada aspecto, e todos os detalhes pré-renderizados ficam bonitos na tela e de um jeito chamativo que lembra essa vibe Resident Evil, que eu acho ideal e massa. Depois, há quem diga que os mapas ficam repetitivos, mas eu consigo lembrar deles e achá-los memoráveis, como o Centro de Treinamento, com seu depósito de artes, o piano bar, a sala da caldeira, a sala das estátuas dos animais, o observatório etc.

As lutas com chefes são uma provação de paciência, pelo menos o morcego e a rainha sanguessuga foram pra mim. São extremamente chatos, chatos de irritar, e como o sistema de save do jogo é através de máquinas de escrever e essa foi a minha primeira vez jogando, não tinha como eu antecipar a run e saber quando pegar as armas com personagem x ou quando ir preparado para uma luta. Era parte da experiência, mas se era uma experiência boa? Não sei. Muita gente pode se frustrar com isso e reconhecer que, bom,  s vezes o jogo deveria pelo menos sinalizar mais claramente que uma luta importante vai acontecer, já que a rigidez do save não ajuda em nada, e esse não é o tipo de jogo em que é rápido e prático se locomover.

É um jogo recomendado para quem é fã dos jogos clássicos e quer sofrer um pouco.
Posted 3 November, 2024.
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31.7 hrs on record
Assassin's Creed Unity
10/10

Eu deixei essa review na gaveta por um tempo, mas agora eu posso finalmente falar o que eu acho desse jogo.

Pra mim, essa é a fantasia definitiva de um Assassin's Creed moderno, e não tem nada na franquia, até o momento, que tenha sido capaz de espelhar a sensação que eu tive jogando o Unity. O jogo é tão único e inalcançável em seus aspectos que é uma comparação até injusta com os outros títulos que não foram capaz de inserir aspectos técnicos trabalhados dessa maneira. Eu, pessoalmente, acho que esse é o melhor jogo da saga, eu achava isso anos atrás, quando joguei pela primeira vez no meu XOne, e acho isso hoje em dia, jogando ele no PC, com uma máquina mais poderosa e um setup que me permite experienciar Paris em sua beleza completa, com menos da metade dos problemas apresentados.

Não me entenda mal: o jogo tem seus problemas, e a maioria deles é inaceitável para um lançamento que vai fazer dez anos agora em novembro, nisso nós não podemos passar a mão na cabeça da Ubisoft e dizer que está tudo bem. O título Unity ganhou má fama por ter vindo EXTREMAMENTE bugado, seja nos consoles ou no PC, e eu compreendo totalmente o asco de alguns jogadores com a promessa da nova geração dentro da saga, mas a verdade é que Unity é factualmente o jogo que mais se parece com uma próxima geração dentre todos os seus irmãos de título.

A história começa depois do fim de AC: Rogue, em que uma das missões mais infames de Shay Cormac como caçador de Assassinos culmina na morte de Charles Dorian, um assassino da Irmandade de Assassinos da França, e pai de Arno Victor Dorian, o protagonista da história. Consternado pela morte de seu pai, Arno cresce com culpa e ressentimento consigo mesmo, sendo incapaz de lidar com o fato de que ele provavelmente causou a morte de seu pai ao deixá-lo esperando por mais tempo que o necessário, e sendo criado com a menina que conheceu naquele mesmo dia: Élise de la Serre, filha de François de la Serre, o Grão-Mestre do Rito de Paris. A história se desenrola até o momento em que François é morto por seus próprios colaboradores, enfiando Arno em uma história de vingança e retribuição que alinham-se com sua mentalidade passada, mas que culmina na perda das coisas que ele mais estimava em toda sua vida, transformando-o em um Mestre Assassino com grandes raízes emocionais e chagas psicológicas. A história é, na minha visão, um marco na saga e o romance entre os dois personagens principais — Arno e Élise — não peca em entregar emoção e dinamismo, principalmente se o jogador se der ao trabalho de ler as cartas. Eu, pessoalmente, preferia que mais tempo fosse dedicado ao jogo, com mais sequencias, justamente para desenvolver ainda mais essa relação e os problemas pessoais de Arno.

Voltando ao que eu disse sobre esse jogo ser a fantasia de Assassino definitiva, AC: Unity é uma reinvenção do sistema de combate, do sistema de parkour, do sistema de stealth, do sistema de evolução e com uma nova árvore de habilidades aliada com um sistema de progressão que não envolve mais somente comprar armaduras e armas melhores para causar mais dano em seus inimigos. É necessário comprar não só roupas melhores, e executar missões para adquiri-las, mas também desbloquear habilidades anteriormente intrínsecas aos protagonistas dos jogos para que Arno se especialize e seja capaz de realizar façanhas ainda mais ambiciosas.

Esse é o melhor stealth da franquia, com um sistema de cover que, apesar de meio grudado, funcionou pra mim durante toda a gameplay, o parkour é lindo e fluído, mas há uma sutil ilusão de liberdade, que é compensada pelo poder de expressão que o título dá ao jogador, e o sistema de combate é desafiador e exige combinações específicas para lidar com tipos diversos de inimigos, mesmo que eu ache que as pistolas, justificadamente, são extremamente poderosas e podem quebrar essa dificuldade.

Apesar de ter alguns defeitos, como o sistema de mira dos inimigos prejudicado ou a inteligência artificial por vezes questionável, é um jogo que abre margem para o que seria um possível futuro brilhante de Assassin's Creed, que levaria a solidez dos clássicos aliada com um novo sistema de combate e stealth que poderia ser preservado nos jogos seguintes, mas pela recepção negativa, não foi o caso. Devo dizer também que AC: Unity tem o melhor multiplayer do jogo, com missões co-op divertidas e uma relação intrínseca com a história que satisfaz quem jogou o título de ponta a ponta, e aqui referencio aquela missão do Panteão, em que buscamos os itens de assassino de Mirabeau, um personagem de grande importância dentro do enredo.

Na minha opinião, Unity é um título obrigatório para todo fã da saga.

Assassin's Creed Unity é uma revolução dentro e fora de seu jogo, e pra mim é o melhor de todos.
Posted 3 November, 2024. Last edited 3 November, 2024.
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3 people found this review helpful
16.4 hrs on record
Assassin's Creed Rogue
7/10

Bom, essa review demorou mais que as outras por eu ter que tirar um tempo pra pensar sobre o que eu ia dizer de Rogue. Não é um jogo ruim, mas os defeitos dele ficam bem visíveis pra mim quando se olha por muito tempo, e infelizmente não foi um game que conseguiu me prender tanto quanto os outros títulos da série. Se ele se apresentasse corretamente ele poderia ser tão bom quanto o antecessor, que é o Black Flag, mas sabe quando você encontra uma parte ruim de algo, e essa parte é tão... ruim que você acaba enxergando outras coisas não tão ruins tão ruins quanto? É isso.

Rogue utiliza o esqueleto do Assassin's 4 como fundação pra tudo dentro do jogo, temos o mesmo sistema naval aqui com algumas alterações e sutis melhorias, temos a mesma disposição de tesouros em "ilhas" — não sei se posso chamar de ilhas — e o mesmo esquema de frota, a alteração principal ao meu ver é justamente a possibilidade de você ser invadido por outros navios e a capacidade de sucatear um navio tomado para ganhar dinheiro em cima.

O combate é o mesmo utilizado pelos antecessores até então, as animações são as mesmas, o rifle de ar é uma zarabatana maior e mais estilosa, o parkour segue praticamente o mesmo, salvo por alguns locais em que é possível se subir com uma animação própria, mas até aí, depois do segundo, vira mais do mesmo e é até preferível só escolher outra rota.

Em termos técnicos, esse jogo é a MESMA COISA que o Black Flag, mas eu pessoalmente achei ele mais feio. O game usa cores mais frias pra representar os seus ambientes, e não que eles sejam feios por si só, mas eles são claramente inferiores aos de Black Flag em seu pico. Lá tínhamos um uso consistente de amarelo e verde que formavam paisagens estonteantes, e aqui isso não é nem mesmo possível, mas o que eles usam também não satisfaz muito.

Agora, pro maior pecado nesse jogo do meu ponto de vista: a história.

Acho que a descrição mais correta pra linearidade desse jogo seria justamente uma "mão invisível" que vai guiando o enredo pra uma direção específica. Desde cedo o Shay é apresentado como um assassino deviante que discorda de uma parte significativa das decisões do credo, e desde o primeiro momento somos apresentados a um assassino que é ruim e chato por ser ruim e chato. De la Vérendrye é um sujeito chato e implicante que fica em cima do personagem o tempo inteiro, o que já dá ao Shay, teoricamente, motivos pra se sentir preterido, isso com a aparente decisão do Achilles em falar e comunicar mais ao melhor amigo do Shay, Liam, do que pra ele. Além disso, a maioria dos assassinos não se dispõe a explicar os porquês ou as razões das coisas que são feitas, eles simplesmente mandam e o Shay obedece.

Nessas linhas breves de descrição acredito que já tenha ficado claro que todo o cenário é preparado pro personagem principal se sentir lesado ou detestado, pra ele se colocar na posição de persona non grata, de alguém que não é totalmente aceito pelos seus iguais, e isso naturalmente cria um sentimento de distância em relação ao credo dos Assassinos, o que faz o jogador, que está controlando o personagem, ser lentamente condicionado a tomar o lado do Shay. O ponto crítico chega quando ele vai pra uma missão em Lisboa, Portugal, a mando do Mentor da Irmandade Colonial, que acreditando que o seu pupilo encontraria uma MAÇÃ DO EDEN, espera que ele recupere o artefato e retorne em segurança. Antes disso ele — Shay — espionou uma conversa entre Achilles e Adéwalé sobre um terremoto no Haiti que destruiu o lugar e matou centenas de milhares. Até aí, tudo bem.

Acontece que ao chegar no templo precursor o que o Shay encontra não é uma câmara comum, mas sim um templo sísmico. Isso, na história do jogo, é basicamente um cofre, uma instalação, um complexo que tinha como função principal garantir a segurança de certos locais na Terra, um sistema de defesa que impedia que terremotos ocorressem, por exemplo.

Erroneamente, Shay acredita que o que ele tem em mãos é, na realidade, uma maçã do Éden, e quando ele pega o dispositivo, todo o templo começa a ruir, seu propósito é perdido, e a terra ao redor dele começa a despencar, iniciando o terremoto que aconteceu na vida real, conhecido como o Sismo de Lisboa, em 1755. Isso faz com que o personagem principal se sinta extremamente culpado, mas mais do que isso, que ele se sinta usado pelo seu mentor para um propósito aparentemente vil orquestrado por alguém que conhecia as consequências do que foi feito, mas é justamente o contrário. Como posto, Achilles esperava encontrar uma Maçã do Éden, não um templo sísmico, e por nem Templários nem Assassinos saberem do que se trata, era claro que as consequências seriam terríveis.

A partir daí temos um personagem regado de culpa, passando por um processo de se sentir traído, usado que é aliado com o fato dele ser anteriormente preterido pelos seus iguais, tudo isso dá basicamente o combustível necessário na história pro Shay Cormac trair a ordem dos Assassinos e tentar roubar, depois de retornar para a mansão que servia como base da irmandade, o manuscrito que indicava as outras posições dos templos sísmicos.

Eu sou capaz de valorizar a narrativa pelo que ela é, a proposta é muito interessante e o que foi feito com o Shay não foi feito com nenhum outro personagem, salvo o Haytham Kenway, que foi apresentada como uma figura confusa, a qual inicialmente pensamos ser um Assassino mas era, em realidade, um Templário. O problema com o Shay é que toda a história parece trabalhar em exageros e absurdos pra fazer ele mudar de lado, e a maior exibição desse problema é, pra mim, a existência do personagem George Monro, um Templário que mais parece a reencarnação de Cristo, de tão bondoso, gentil e altruísta que é o personagem.

Praticamente todos os Templários desse jogo são apresentados como alternativas mais bondosas e gentis, pessoas que se preocupam mais com o coletivo do que com o indivíduo, que estão dispostas a mover montanhas em prol de um ideal que vai facilitar a vida do populacho, das pessoas comuns, e pra mim o Colonel Monro é a epítome do erro narrativo desse jogo.

É simplesmente forçado, o jogo quer por querer que o Shay simpatize com os Templários, mesmo que eles estivessem aptos a cometer o mesmo erro que o Achilles cometeu, não passou pela cabeça do personagem em momento algum que, se não fosse pelo que aconteceu antes, e pelo que ele SABIA que aconteceria, os Templários poderiam ter feito a mesma coisa? A motivação dele é frágil, o contexto é, na minha visão, ainda mais, infelizmente não consegui me aproximar tanto dessa proposta justamente pelos pecados cometidos na hora de estabelecer as motivações e as consequências.

Eu queria muito ter aproveitado mais esse jogo, mas infelizmente não pude. Ele é uma experiência que, ainda assim, vale a pena de ser jogada, e claramente que o tempo inferior de produção, mais o orçamento reduzido, aliado com o prazo apertado que eles tinham pra entregar essa entrada da saga junto com o Unity, o jogo que falarei na sequência, causaram danos ao que ele é em si.

Rogue é uma tentativa de apresentar um curso alternativo para um personagem principal dentro de Assassin's Creed, e tentativas futuras, se feitas corretamente e com mais tempo e cuidado, serão bem mais apreciadas do que essa.
Posted 26 October, 2024.
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48.9 hrs on record (45.6 hrs at review time)
Assassin's Creed 4 Black Flag
10/10

Esse jogo é um momento de clareza no meio da saga, sendo alocado como o primeiro — quando falamos de importância — e como segundo — quando falamos sobre a aderência da ordem "correta" — o que eu quero dizer com isso? Bom, aparentemente o Black Flag deveria ser jogado DEPOIS de jogar o Assassin's Creed Liberation, que acompanha a história de Aveline de Grandpré.

De toda maneira, sobre o jogo:

Assassin's Creed IV é uma revolução. O jogo é fenomenal em vários aspectos, e apesar de contar com alguns poucos defeitos, eles não são discriminantes ou relevantes o bastante para diminuírem a qualidade do jogo. A inovação dele é óbvia: o jogo ficou marcado pelo sistema quase que perfeito de combate e exploração naval, e não é exagero dizer que Black Flag é um dos melhores jogos de pirata de todos os tempos, mesmo sendo um Assassin's Creed. Jogando-o, posso afirmar que quem quer que diga que "Black Flag é um bom jogo de pirata, mas passa longe de ser um Assassin's Creed" está terrivelmente equivocado. Toda a história é traçada paralelamente com os ideais do credo, e temos a inserção contínua do "Nada é verdade, tudo é permitido" em cada aspecto da vida do Edward.

Qual é a jornada do Edward? Inicialmente, ele é guiado quase que totalmente pela própria ambição, ao ponto em que o personagem é incapaz de chegar em uma catarse até que tudo ao redor dele tenha sido perdido. Assassin's Creed IV é mais do que uma história sobre piratas, é sobre compreender que extremos nunca podem ser etiquetados como positivos ou benéficos. Por quê? Basta olhar para Nassau: em uma análise crítica, vemos que a "Nação dos Piratas" sucumbiu para sua própria natureza, homens que só se interessavam por bebida e saque se autodestruíram justamente por não conhecerem limites.

"Mas a proposta do credo não é a liberdade?" Sim, é, mas também com moderação. Nas palavras do próprio Ezio para a Sofia, "Nada é verdade e tudo é permitido" significa que devemos compreender, como indivíduos, que somos arquitetos de nossa própria situação, e compreender que nada é verdade é entender essencialmente que cada peleja, cada obstáculo, cada chaga em nossa vida se traduz em uma MANEIRA para se evoluir, não um fim para se perpetuar. A maneira de viver dos piratas de Nassau estava condenada desde o início, a liberdade sem moderação ocasiona na balbúrdia, e a balbúrdia precede, inevitavelmente, a tormenta.

O foco do jogo também é dividido com a mentalidade de ganância do Edward, e pra mim a parte mais tocante disso tudo é quando a filha dele, no final do jogo, fala com ele sobre a morte da mãe e sobre o Kenway ter abandonado a Caroline antes dela nascer.

"Você não sabia que eu tinha nascido, mamãe disse que você só escrevia uma vez por ano." E ele, incerto, responde: "Eu sei, e por isso eu sinto muito. Se eu soubesse, eu teria retornado para casa, ou ao menos gosto de pensar que sim."

É chocante como esse enredo tão fiado na Primeira Civilização, na inserção do Sábio Aita e suas reencarnações posteriores é capaz de tocar em tópicos tão humanos, e nisso vemos que nosso protagonista é incapaz de medir o poder de sua própria ganância sobre ele mesmo. Quando questionado pela FILHA, ele reconhece que talvez, BEM talvez, ele não seria capaz de deixar para trás a própria ambição e os próprios sonhos em prol da responsabilidade.

Mas no fim, Edward lidou com o que Ezio também disse: sendo arquitetos de nossas próprias ações, temos que lidar com suas consequências, sendo elas gloriosas, ou trágicas. Ele perdeu todos, Teach, Mary, Ben, John, Caroline, Adewalé e sua tripulação, mesmo no fim, por causa de sua ganância, seguiram caminhos diferentes, já que até aquele ponto, o Edward era incapaz de fazer algo que não fosse seguir sua própria ambição e ganância, e ele estava disposto a colocar o mundo e a liberdade dos homens e das mulheres na linha.

Ele é muito humano, esse jogo é muito humano, então ele merece um dez. Excelente jogo.

A quem se interessar pela história:

Agora que estamos no Arco Hélix, após a morte do Desmond, recebemos algumas informações extras desde o fim do jogo anterior. Toda a situação envolvendo a Juno vai se aproximando de um ponto crítico conforme uma nova facção é inserida dentro do jogo e agora perdemos um protagonista que tenha "rosto" ou "nome". Controlamos alguém em primeira pessoa, que na minha interpretação seríamos nós mesmos, na vida real, e isso nos dá uma perspectiva diferente, mas ainda central, de toda a narrativa.

Alguns não gostaram, mas como ferramenta de narrativa, eu gostei do que eles fizeram com as anotações e os hackings. São chatos e enfadonhos, muito pela repetição, mas eles apresentam bem o que foi posto dentro da lore do jogo e contribuem positivamente para a experiência do jogador. Eles não pecam no quesito de lore, e nesse jogo em especial, eles aprofundaram bastante todo o universo.

Evitei falar muito sobre isso no texto original porque pra mim, a personalidade do Edward, os dilemas dele e como a história se relaciona com o credo dos Assassinos e a pirataria é com certeza a parte mais divertida, a parte mais importante e significativa. É tudo sobre interpretar as entrelinhas, compreender o que está sendo dito indiretamente, ver as semelhanças e as diferenças, ver o que floresce e o que não.

A saga segue melhorando.
Posted 19 October, 2024. Last edited 19 October, 2024.
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3 people found this review helpful
49.6 hrs on record (41.6 hrs at review time)
Assassin's Creed 3
9/10

Antes de tudo, quero começar dizendo que esse jogo não vale o preço que pede, principalmente se vendendo como um remaster. O jogo ficou consideravelmente mais bonito? Não. Eles resolveram os problemas da versão original do jogo? Com certeza não. O jogo sofreu com alguma alteração considerável que faça valer o preço de 120 reais? Não. A experiência vale a pena? Claro que vale, muito a pena, por sinal.

Assassin's Creed 3 é o "terceiro jogo" da saga e é, oficialmente, a sua quinta entrada dentre os jogos principais. O game segue a história de Ratonhnhaké:ton, um rapaz nativo-americano que possui raízes no leste dos Estados Unidos e também é filho de um homem britânico chamado Haytham Kenway, com quem começamos a jogar inicialmente. Haytham Kenway é, aos familiarizados com o sobrenome, filho de Edward Kenway, infame pirata de ascendência galesa que aspirava ao posto de corsário, até que seus planos foram frustrados pelas ocasionalidades da vida e ele adotou ao rumo de um pirata. Ratonhnhaké:ton é um Kanien'kehá:ka, e isso é fundamental para sua história e o seu desenvolvimento de personagem.

TUDO sobre ele, a quem chamarei de Connor de agora em diante, é sobre o seu povo, sua luta pela igualdade e pela liberdade, que uma vez alinhada com o credo dos Assassinos, vira parte essencial do compasso moral do personagem e define, basicamente, a maioria dos seus passos. Connor é um bom assassino? Podemos dizer que sim, mas ele é, acima de tudo, um justiceiro e um bom samaritano. Em mais de uma ocasião o protagonista sai de seu caminho principal para ajudar pessoas necessitadas, gente sem lar, gente que perdeu tudo, gente que perdeu a própria família ou foram tirados das cidades por algum complô envolvendo os soldados da Coroa ou simplesmente os acasos da guerra revolucionária.

Connor é alguém altruísta e idealista, ele crê que o mundo será um lugar melhor contanto que as pessoas continuem lutando por isso, e essa mesma ferramenta que o permite ver o mundo ao seu redor com bons olhos e que autorizam-no a seguir um caminho justo, também cegam-no para parte dos problemas que cercam sua cruzada contra os Templários. Eu, pessoalmente, aloco Connor Kenway como um dos meus protagonistas favoritos, o que alguns enxergam como ingenuidade e subserviência eu enxergo como a capacidade de fazer o que é necessário, o que alguns chamam de impulsividade eu enxergo como aderência ao que prega a ideia final do credo, o que outros, em meu lugar, poderiam chamar de estupidez eu chamaria de obstinação, vontade para fazer acontecer.

Em mais de uma ocasião Connor se joga de cabeça em situações suicidas, e através de sua própria fé e suas capacidades, ele atravessa os desafios e cumpre com o que prometeu, e a descrença dos homens ao redor dele servem como reflexão acerca de um mundo que não crê em idealistas, mas prefere se confortar na mão de tiranos ou crendices negativas.

A ambientação é na costa leste americana em 1750 para cima. Como sempre, a Ubisoft entregou um trabalho magistral em todos os aspectos de fidelidade visual e direção de arte, as roupas, a database, os locais, as dublagens, as tribos, os mapas, tudo é entregue de uma maneira incrível, e as missões que temos ao longo do jogo, sejam as de barco ou as convencionais, são excelentes. O jogo entrega o melhor sistema de recrutamento até então, além de ter uma economia sólida que também supera seus antepassados, o parkour é o melhor da série até então no quesito de ser intuitivo, mas ele também atira no próprio pé diversas vezes. O stealth segue sendo horrível, assim como em todos os passados, e o sistema de reload no último checkpoint torna a tarefa de pegar a sincronização completa bem mais satisfatória. O combate também é, até então, o melhor da saga, mas não é nada muito difícil e sua única margem de complexidade se dá em combates específicos contra inimigos específicos, que seguem certa fórmula para serem derrotados, alternando entre quebras de guarda, ou desarmes, ou simplesmente contra-ataques fatais.

AC3 é um ótimo jogo, apesar de muito bugado e que passa por certos problemas de enredo, como o Connor indo confrontar o Charles Lee no final e esse, por conta própria, deixando-o escapar apenas para ser morto na sequência. Seus erros deixam-no com um nove.
Posted 16 October, 2024.
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